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domingo, 19 de maio de 2013

A Natureza da Nossa Luta de Classes e a Inevitabilidade da Revolução do Proletariado


Miguel Angelo – Fórum de Hip Hop Municipal - SP
“O campo de extermínio tem a voz truta!”
Facção Central

Qual é a cor do capitalismo? Responder essa retórica é mais do que 
entender o momento vigente, seria isso na verdade tomar conhecimento do 
projeto que só veio a progredir a partir da empresa colonial de ontem. Afirmo 
que aqui não houve ruptura para nós negros, pobres e periféricos, somos ainda 
os escravos tentando garantir a colheita do café para o senhor, porém com o
verniz da democracia burguesa.
Portanto, quando denunciamos a ação do Estado sabemos bem que ele 
não se sente indo na contramão de seus interesses. Ora, como diria Vargas; 
“Estamos tentando salvar a burguesia”. Eu descreveria os Capitães do Mato e 
os Bandeirantes como mercenários caçadores de seres humanos, como 
podemos descrever a Polícia Militar? Em um Estado burguês não cabe todo 
mundo, logo São Paulo têm mais de 200 mil presos, é a polícia que mais 
prende. As vagas disponibilizadas pela Secretaria de Administração 
Penitenciária aumentaram 400% em menos de vinte anos. Serão mais 39 mil 
vagas para nossos irmãos e irmãs até 2014, não precisa de cota para essa 
faculdade pública, vem com bolsa anual de cinquenta reais e terá muito calor 
humano, tendo em vista que isso nem desafoga o um terço do total de 
presídios em superlotação. Mesmo que isso signifique triplicar os cemitérios do 
Morumbi e da Consolação para os bisnetos de dono de fazenda ta tudo legal, é 
o terror pelo terror.
Mas estamos aqui hoje, o Fórum de Hip Hop MSP, como sempre 
estivemos a revelia do grampo, da exclusão e de todo pacote social genocida 
progressivamente implantado. Um quilombo autônomo que dá bonde até 
mesmo no imperialismo, mesmo que apenas pela nossa condição ontológica. 
Como diz o RAP, porta voz definitivo da exclusão; “Nossos cérebros eles não 
podem algemar”. Ninguém pode matar o que cada negro, pobre e periférico 
representa. Sem perder de vista que a ruptura é a saída definitiva, iremos 
permear sim os espaços a todos nós negados também.
Aos que afirmam que o extermínio só passa a se tornar ferramenta 
política apenas no pós 64 eu questiono, ferramenta política sobre quem? O que 
o boy passou no período militar nós passamos historicamente talvez antes 
mesmo da invasão das ilhas Canárias pelos portugueses. Sim, para eles é 
mais fácil nos transformar em massa de manobra expropriando até nossa 
história. Mano, eu moro no Grajaú, o terceiro maior distrito da cidade de São Paulo! O mais populoso também! Um distrito predominante pobre! Um distrito 
com menos de 40% dos domicílios ligados a rede geral de esgotamento 
sanitário! Esse é o um front! Esse é o um soviete! E eu sei que muitos de vocês 
levam uma quebrada no peito, é por ela que você deve agir, assim seremos um 
só prá tomar de assalto a classe dominante! Sua quebrada, o passado e o 
presente que viu e viveu nela mano, ninguém pode te fazer esquecer. Só peço 
que lembrem que foi o burguês que fez os seus passarem fome, que deu a 
ordem para o rato cinza matar seus manos, que prendeu seus manos, que 
distribuiu drogas e rifles pra gente se matar. Que tenhamos em vista que é ele 
que irá pagar a conta quando cobrarmos o revide dessa treta. “Quando a 
mente deprimida resolver se rebelar não tem para o exército nem pra polícia 
militar”. 

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